Se podría tomar esta idea de comunidad desde miles de ámbitos; como siempre que se utilizan las palabras, las posibilidades son tan numerosas como los matices de sus significados.

Quando questionada sobre a melhor maneira de conhecer um lugar que nos é estranho, e os Museus e as Cidades são-no amiúde, mesmo para os habitantes, Pina Bausch, em 2003, respondeu da seguinte forma: “o mais importante é conhecer as pessoas que o vivem. É preciso tempo. (…) O mais importante é deixarmos que essas pessoas nos façam descobrir o que para elas é bonito ou difícil de ver. É através delas que chegamos às coisas verdadeiras, às coisas de todos os dias.” (Galhós, 2010:256).

Falar sobre os Museus, sobre as Cidades (territórios) onde os mesmos se inserem, sobre os contextos que solidificam o sentido de pertença a determinado território ou sobre as dinâmicas promovidas para nutrir a “Alma” e tornar os Museus e as Cidades espaços com vida implica, naturalmente, falar de Pessoas. E as formas como as pessoas “habitam” e/ou “visitam” Museus e/ou Cidades é o que lhes confere dinâmica, vida e sentido. Existe uma variedade de formas, que pode revelar, dar a conhecer, modos de estar, fazer, ver, sentir e/ou ser, entre biliões de possibilidades.

Partilho um vídeo com um excerto de uma visita artístico-expressiva [movimento/dança – desenho/pintura – escrita] à Exposição de Cerâmica Contemporânea de António Vasconcelos Lapa realizada no Museu de Olaria, Barcelos – Portugal.

O desenho da visita que foi proposta assenta nas Artes Expressivas, convida o visitante a dançar as obras e a explorar o seu imaginário, com recurso à pintura e à escrita, a partir da inspiração que cada visitante recebe da exposição e das obras que a integram.

Um dos campos de actuação da Animação Sociocultural (ASC) mais desafiador é precisamente o campo que investiga, explora, experimenta, divulga e facilita a infinidade de possibilidades de formas e modos de estar, fazer, ver, sentir e/ou ser. Que promove relações. Sempre me interessou perceber de que forma uma obra ou uma exposição interage com o universo de cada pessoa. Que relações estabelecem? O que cada visitante pode oferecer numa visita a um Museu? Formas de olhar? Perspectivas? Experiências? Vivências? Sentires? Diálogos?

No contacto directo com as pessoas que visitam os Museus percebe-se, amiúde, uma disponibilidade para a criatividade individual, experimental e activa, que convida à acção.

As Artes Expressivas apresentam uma vantagem em relação a tantos outros recursos – não favorecem um processo mental. São mais sensitivas, naturais, genuínas, com uma capacidade enorme de estabelecer contacto com o universo de cada um. E têm um fio que nos liga à beleza – das Pessoas, do processo criativo, dos outros e do mundo que nos rodeia.

O desafio será desenvolver uma programação de Serviço Educativo que, para além de incluir todas as pessoas, de todas as idades, sem priorizar as escolas e a relação institucional, aposte em programas experimentais e permita que os Museus sejam laboratórios criativos, potenciadores de pesquisas, experiências e descobertas, individuais e colectivas, através da relação que as pessoas possam desenvolver com as Artes. Propostas menos directivas e mais exploratórias e experimentais onde cada um se possa descobrir, expressar e revelar, num contexto artístico e cultural. É de todo desejável que os Museus possam fazer parte desse grande laboratório artístico-expressivo que é a vida e que as pessoas possam levar essas experiências para o quotidiano dos dias.

Fecha de publicación:
11 de Julio de 2016
Imagen
Marta Maciel

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