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Em 2008 a Câmara Municipal de Lisboa cria a Galeria de Arte Urbana - plataforma municipal dedicada a questões relacionadas com o graffiti e a street art.

Com este gesto, o município confirma publicamente o graffiti e a street art como reconhecidas expressões de arte urbana, como uma sub-cultura artística globalmente presente nas metrópoles mundiais, e disponibiliza-lhes um espaço e um tempo próprios, através de diferentes superfícies e suportes para intervenção artística ao longo da malha urbana da cidade.

A Galeria de Arte Urbana é um projeto da Cidade para a Cidade, posicionando o Município de Lisboa como uma entidade aberta à mediação e à colaboração com todos os que pretendem atuar, neste universo, de forma autorizada. A política de intervenção municipal neste domínio é a da prossecução de uma estratégia vocacionada para a promoção da arte urbana e, simultaneamente, para a salvaguarda do património e prevenção do aparecimento de intervenções vandálicas.

Para esse efeito, tornou-se prioritário encetar um diálogo com a comunidade artística ligada ao graffiti e à street art no sentido de a sensibilizar para a relevância da preservação do património artístico e cultural de Lisboa, relação essa que ao longo dos últimos 8 anos, tem vindo a ser aprofundada através da disponibilização de espaços onde estes criadores possam, de modo autorizado, desenvolver a sua criatividade, proporcionando-lhes uma área de trabalho cada vez mais vasta e heterogénea, dispersa pela cidade.

A realização de peças de arte urbana de reconhecido mérito artístico, concebidas e desenhadas em função das características urbanísticas de cada local e da adequação das obras à natureza intrínseca dos suportes, sua forma e função, traduz-se numa mais-valia para a paisagem urbana e num enriquecimento artístico, cultural e social da cidade.

Por um lado, podem contribuir para a requalificação de áreas degradadas, redirecionando o impulso criativo dos writers num sentido construtivo, por outro fomentam o sentimento de valorização do território e o desenvolvimento de laços de pertença ao mesmo, em territórios mais periféricos da cidade. Deste então e até à actualidade, muitos foram os projetos desenvolvidos neste campo artístico, muitos foram autores com quem o Município tem trabalhado, reunindo-se aqui obras de artistas nacionais e estrangeiros de grande prestígio no panorama internacional da street art. É por isso, com satisfação que podemos afirmar que Lisboa é atualmente considerada uma das mais relevantes capitais no âmbito da produção plástica em graffiti e street art.

Desta forma as ruas e avenidas da cidade transformaram-se em galerias e museus de arte urbana a céu aberto. Territórios que agora podem ser entendidos como “novos museus urbanos” e a partir dos quais, se podem construir novas narrativas museológicas no espaço público que é a cidade, promovendo cada vez mais a sua fruição. Contribuindo para a promoção de uma cultura municipal de proximidade e envolvimento com o território e para a democratização do acesso à arte e à cultura, alcançando e sensibilizado um número crescente da população que habita, trabalha, estuda ou visita a nossa cidade.

Ao longo dos 8 anos de trabalho desenvolvido pela GAU através das iniciativas de intervenção de arte urbana, acreditamos ser possível o desenvolvimento da vertente cultural de uma comunidade, promovendo a democratização do acesso à cultura na cidade, estimulando o sentimento de pertença aos territórios, esbatendo diferenças etárias, culturais e sociais ao envolver os residentes em projetos de criação artística e a participar no processo criativo. De facto a arte urbana pode constituir uma ferramenta importante para a inclusão social, para atenuação de tensões sociais e culturais, bem como para a promoção do diálogo entre gerações.

Por este motivo, o ciclo de trabalho dedicado aos bairros municipais tem vindo a constitui uma das prioridades de atuação da Galeria de Arte Urbana nos últimos anos. Este ciclo surge na esteira da atuação desenvolvida nesta área em anos anteriores, em vários bairros municipais de Lisboa e ainda no Bairro de San Giorgio a Cremano, em Nápoles, Itália, com resultados muito positivos, reconhecidos publicamente através da atribuição do Prémio Internacional pela Organização Mundial das Cidades e Governos Locais Unidos (UCLG) ao projecto da Galeria de Arte Urbana da C.M.Lisbo, que foi incluído como prática exemplar no contexto internacional da Agenda 21 para a Cultura.

Também o Comité Cientifico do VI Congresso Nacional da Rede Territorial Portuguesa das Cidades Educadoras, considerou este ciclo de trabalho nos bairros municipais como “Boa Práticas/Experiências“.

Foi neste âmbito que decidimos realizar este ano o Festival de Arte Urbana, no território do Bairro Padre Cruz, o maior bairro municipal da Península Ibéria e o segundo maior bairro municipal da Europa, reforçando a importância da valência “Arte Urbana e Intervenção Comunitária” na estratégia municipal para a arte urbana.

A metodologia de trabalho nesta vertente é marcada pela informalidade e integra o envolvimento das instituições e associações locais, o contacto direto com a população, e em particular com os elementos-chave da comunidade, visitas ao território, encontros e reuniões, visitas guiadas de arte urbana pela cidade, apelo à participação na programação, identificação e recrutamento de elementos para “Formação de Pares” e por fim, monitorização após a realização dos eventos e projetos de arte urbana.

A relação que se pretende estabelecer com os elementos chave é de proximidade e confiança, idealmente ao ponto de por um lado desempenharem o papel de interlocutores e eventuais “embaixadores” da GAU, junto da restante comunidade do Bairro e por outro lado, que durante e após os projetos se possam tornar “cuidadores/vigilantes” das peças de arte urbana e do espaço público que habitam, contribuindo para a promoção do sentimento de pertença ao território e de uma cidadania ativa.

Esta metodologia requer um investimento significativo de tempo e de recursos humanos no terreno, mas temos vindo consecutivamente a concluir que se reveste de importância extrema para o sucesso dos projetos de intervenção comunitária.

Interessa-nos conhecer as comunidades, analisar que sentimentos e perspetivas se poderão trabalhar com os residentes, para que depois seja possível o reforço da sua auto-estima e de alguns aspetos da sua qualidade de vida, sempre com o objetivo ultimo de encontrar formatos de dinamização dos territórios a nível cultural, que gerem desenvolvimento social e nalgumas situações até económico.

O sucesso destes projetos e mais recentemente o reconhecimento público pelo Comité Cientifico do VI Congresso Nacional da Rede Territorial Portuguesa das Cidades Educadoras de uma destas iniciativas como “Boa Prática/Experiência“, incentiva-nos a procurar possibilidades de implementar este formato de projeto e respetiva metodologia de trabalho, noutros Bairros da cidade de Lisboa, pelo que em 2017 será desenvolvido no território da zona oriental da cidade.

Galeria de Arte Urbana

Fecha de publicación:
9 de Julio de 2017
Imagen
Inês Machado
Información sobre el autor:

 GAU

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